É isso o que muitos de nós ouviríamos, se fôssemos indagados, como a Pedro,
pelo conhecedor dos corações.
–Mas, Senhor, eu sei que Te amo!
–Mas, Senhor, eu sei que Te amo!
"Não, você não me ama! Não de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o
teu entendimento, e de todas as tuas forças".
Sempre há um dia de Jó na vida de todo cristão...
Somos combatidos diariamente pelos padrões pecaminosos do velho homem, por
problemas pessoais, pelas tentações, pelo inimigo e pelo mundo. Não há como
escapar ilesos da roda viva cotidiana que visa nos enredar e nos destruir.
Somos novas criaturas, mas não estamos imunes às adversidades desta vida. Basta
a aflição bater à nossa porta para nos conscientizarmos da nossa fragilidade.
Os obstáculos são incontáveis, temos que investir uma força quase sobre humana para
resistir. E Deus sabe que sofremos.
Não conhecemos o que vai a fundo na vida de cada um, o que vemos é a
superfície, apresentamos sempre o nosso melhor, mas Deus sabe das nossas
angústias. Ele conhece a dor daqueles que sofrem com as consequências das suas
escolhas, daqueles que lutam com o senso de inadequação, com a solidão, com
casamentos desarmoniosos, com a criação de filhos difíceis, com enfermidades, com
insucesso profissional, com contas demais para pagar e dinheiro de menos; e,
Ele sabe que sucumbiríamos se Ele não nos deixasse o primeiro mandamento.
Amarás,
pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e
de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o
primeiro mandamento.
Marcos 12:30
Marcos 12:30
"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento". (Marcos 12:20)
Ele sabia que teríamos limitações físicas, emocionais e espirituais; e que
embora muitas coisas cooperem para a nossa felicidade temporal, nada satisfaria
o anseio da nossa alma por descanso e paz. Ele sabia que se não tivéssemos um
relacionamento que priorizasse a Sua pessoa, não teríamos forças para lutar e
nos perderíamos. Somos fracos, somos pó, nosso velho homem nos martiriza, as
pessoas ao nosso redor são imperfeitas, pecam contra nós, nossas responsabilidades exigem mais do
que podemos oferecer, os relacionamentos são frágeis e muitos são usados pelo
inimigo para nos abater. Quase não podemos lidar com todas as circunstâncias e conosco, sem pensar em desistir. De onde extrairemos
forças?
"Tu me amas?"
Talvez dias piores ainda nos surpreendam. Os prazeres desta vida são
efêmeros. Conforto, bem estar e situações que hoje nos satisfazem, e até nos
distraem, fazendo parecer que tudo está espiritualmente bem, logo não mais nos saciarão. Chegará o tempo em que enfrentaremos alguns insucessos pessoais, falta de
vigor físico, perda de entes queridos. Muitos veremos dias em que o cântaro se
despedaçará junto à fonte, e qual será a razão do nosso contentamento?
"Amarás, pois, ao Senhor Teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças..."
"Tu me amas?"
Não, Senhor, eu não Te amo! Eu não tenho Te priorizado, não tenho gastado tempo a Teus pés, não tenho me deleitado em Ti. Tu não tens sido a principal das minhas afeições, Tu não dominas os meus pensamentos, os meus
sentimentos, os meus desejos, a minha admiração. Situações
e pessoas têm se avultado, tomado o Teu lugar e fisgado o meu
coração.
Qual é a fonte da nossa felicidade?
Qual é a fonte da nossa felicidade?
Lembra-te do Teu Criador nos dias da Tua mocidade, nos dias da Tua maturidade e por todos os teus dias, antes que a tristeza e a frustração se instalem dentro de
ti e venhas a dizer insatisfeito: - Não tive, na minha vida, contentamento.
Ira Borges