01 junho, 2012

Orgulho

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Certa vez ouvi de um pastor renomado, que uma das coisas mais difíceis é viver em um país onde as pessoas não precisam de Deus. Durante muito tempo pensei em suas palavras e, posteriormente, achei que foram muito bem exemplificadas na oração de Bart Simpson:
"Deus, meus pais trabalharam, meus pais compraram, meus pais fizeram, obrigado por nada."
Talvez seja este o protótipo do homem que não precisa de Deus e tem adotado o orgulho como filosofia de vida: "Vivo pela minha própria força, em função de mim mesmo e sou para mim o meu próprio deus". O orgulho é um conceito sobremodo elevado de si mesmo que tem distanciado o homem de Deus, fazendo-o acreditar que pode conduzir sua vida longe da Sua dependência e cuidado; faz parte da nossa essência e é algo contra o que todos temos que lutar diariamente.

Sob a forma de altivez, arrogância, autoestima elevada, egoísmo, exaltação própria, ostentação, prepotência, presunção, superioridade, vaidade, vanglória, etc..., o orgulho é fortemente incentivado pela nossa sociedade, desde que nascemos. Em tudo aprendemos a nos orgulhar. Orgulhamo-nos da nossa aparência, casa, carro, círculo de amigos, cultura, denominação, diploma, educação, emprego, filhos, linhagem, realizações, status, talentos, time; a lista é interminável. 

Não que haja algum erro em nos sentirmos satisfeitos com tudo o que temos alcançado, somos abençoados quando estamos plantados junto a ribeiros de água, porém, se começarmos a acreditar que somos superiores aos outros por tudo o que conquistamos e somos, ultrapassamos a linha da dependência exclusiva de Deus, colocamos as pessoas em um patamar inferior ao nosso e pecamos. Não há mérito algum em nós.

Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebestes, porque te glorias, como se não o houveras recebido? (ICor 4:7)

Toda a boa dádiva e todo dom perfeito vem do Alto, descendo Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. (Tg 1:17)

Tudo vem de Deus, nossos talentos, assim como, nossa capacidade de realização. E isto o homem orgulhoso não pode compreender, porque só tem olhos para si. Há muitos casos na Bíblia, que relatam a desgraça que sobreveio àqueles que trilharam o caminho da soberba. Assim Deus abate a todo o que se exalta, tamanha a sua presunção. Um dos que mais me impressionam, é o de Nabucodonosor, que mesmo sendo advertido por Daniel, não reconheceu sua prepotência e foi imediatamente subjugado por Deus.

Todos conhecemos histórias de homens, impérios e ministérios que ruíram devido à soberba. Mas porque o orgulho é um mal que nos acompanha? Porque teve sua origem em Satanás, quando sua perfeição o levou a desejar ser semelhante ao Altíssimo, foi o mesmo desejo que levou Adão a pecar e passou a ser a raiz de todo pecado; nós o herdamos, faz parte da nossa natureza decaída, está arraigado ao nosso coração.

É muito interessante observar as advertências de abatimento, castigo, desonra, destruição, queda, vergonha, que a Bíblia apresenta como consequência logo após declarações de orgulho:

E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo. (Is 14:13-15)

A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda. (Prv 16:18)
 
Abominação é ao SENHOR todo o altivo de coração; não ficará impune mesmo de mãos postas. (Prv 16:5)

O orgulho encabeça a lista dos pecados que Deus odeia:

Estas seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos... (Prv 6:16-17)

Opondo-se ao negue a si mesmo, como exemplo da obra de Nosso Senhor Jesus Cristo, o orgulho é um laço de destruição que cega o entendimento de todos os que dele se alimentam, os impedindo de se reconhecerem como seres incapazes, que precisam desesperadamente de Deus para dirigir suas vidas e os levarem à salvação.

Para os cristãos, o orgulho é um pecado que fere o nosso próximo, e retarda a obra da santificação, impedindo de nos espelharmos no caráter de Jesus Cristo de modo a permitir que o Espírito Santo opere mudanças significativas em nós, para que, servindo aos homens, sejamos úteis em uma vida produtiva que glorifique a Deus.

Após meditar sobre o orgulho, compreendi o significado das palavras daquele pastor e vejo que não estamos imunes de sermos vencidos por ele. Penso também, que se estivesse à mesa durante a oração de Bart Simpson, eu encontraria resposta na Palavra do próprio Deus.

E você?

(O pastor referido, hoje desenvolve um trabalho missionário na África.)

Ira Borges

 

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